terça-feira, 28 de abril de 2009

Infância

O sentimento de nostalgia é algo que me persegue constantemente.
Aparentemente, para alguém tão sentimental como eu, as lembranças remetem aos momentos mais felizes, impossíveis de retornar ou incapazes de se repetir. O que eu quis dizer de forma confusa é: a minha infância foi o melhor período da minha vida e jamais serei feliz daquele jeito novamente.
Tudo era simples, novo e idealizado. Em outras palavras refrescante. Acho que por isso demorei tanto para crescer, afinal com doze anos ainda brincava de boneca e jogava pokêmon no game boy. E depois de fazer dezoito anos descubro que sofro da síndrome de Peter Pan, pois sou tão infantil ao ponto de pensar como um menina de doze anos. E sem parecer egocêntrica, a minha infância foi a mais pura e feliz de todas.
Por isso, neste momento de reminescências resolvi discorrer e relembrar de três aspectos da minha infância que foram incisivos para a formação da pessoa que sou hoje. E eles são: os amigos, o romance e a escrita.
(1) OS AMIGOS:
Sim, eu tive os melhores amigos de infância, tanto que a nossa ligação é tão profunda até hoje. Em parte, já cheguei a me viciar neles e ainda dependo sempre de vê-los. Entretanto isso é apenas uma parte, pois existe outros amigos fundamentais para a formação do meu ego, os quais tive a infelicidade de aprender a não conviver - só que representam muito para mim, como minha melhor amiga, por exemplo: qual seria o significado de InuYasha para mim sem ela?(Espero que ela sinta o mesmo).
Minha primeira amiga é de quando eu não tinha nem um ano de vida e até hoje vejo a cara dela toda semana, sem enjoar. E foi depois de me mudar e voltar que tudo começou, aos quatro anos quando encontrei as pessoas indispensáveis. Então brincamos de pokêmon e DragonBall ou esconde-esconde (para não dizer que não somos normais) até as dez da noite quando pedíamos mais cinco minutos para entrar, os quais se transformavam em trinta.
Na quarta série encontrei minha melhor amiga e depois encontrei os outros do Nós, intactos e unidos até a sétima série quando nos separamos em corpo, não em alma. Como dizia a música de Shaman King, a nossa música: " Em qualquer instante, das nossas vidas, nossas almas estão sempre unidas para sempre". Repetitivo, mas feliz. São as lembranças mais felizes que eu tenho, com sinceridade. Amava chegar no colégio colocar a frase do dia na sala e falar sobre InuYasha o dia todo (mesmo quando achei que iria terminar) ou viajar para Itariri.
E quando o Nós se dividiu o Grude nasceu ou melhor renasceu. Pós minha depressão, como se tentasse dizer: acredite na vida novamente. Foi quando eu comecei a virar adolescente ou não, e quando eu aprendi a fazer as novas amizades. E acho que isso, não justificou nada sobre mim, foi apenas histórias de alguém com saudade.
(2) O ROMANCE:
Sempre fui uma garota romantica, amava os filmes da Disney e era apaixonada pelo Ken (por mais vergonhoso que seja admitir isso). No entanto, uma única cena implica em todo o meu comportamento e minha visão do amor, até a meu desejo intrínseco de ser artista:

Naquele momento todas as minhas emoções estavam conectadas a Sakura Card Captors. Pode parecer estúpido, mas para mim este dia marcou tanto que até hoje me arrepio. A cada aproximação de Shaoran e Sakura, eu ficava nervosa e vermelha, tanto que meu amor da infância aconteceu por causa disso.
Essa cena representa a confirmação de um amor puro, um paradigma tatuado no meu subconsciente, o qual a confiança e amizade se misturam com a paixão, visto de um lado puramente sentimental e infantil. Sakura confiava nele o bastante para confessar-lhe sentimentos que ninguém conhecia(nem sua melhor amiga) e Shaoran por amá-la tanto, a conforta mesmo sabendo que ela ama outro. É muita informação para uma garota de onze anos(a mesma idade dos personagens).
À partir disso, criei um desejo inconsciente de tornar-me totalmente necessária para uma pessoa. A existência de alguém condicionada a mim. E o único caminho que encontrei foi através da arte, então comecei a escrever e utilizar os meus desenhos para isso.
(3) A ESCRITA:
O ato de escrever começou com os diários, como Doug Funnie. Porém criei o gosto por conta de InuYasha, para criar uma realidade alternativa, pois era absolutamente bom que apenas uma realidade não palpava a minha obsessão pela obra. No lugar de escrever sobre, prefiro colocar pequenos trechos do que escrevi até os treze ou quatorze anos. Sem julgamentos, espero.
" ‘Gabriela! Eu te amo!"Eu acho que o infeliz que disse isso não sabia que eu iria saber isso depois e fiquei sem onde enfiar a cara!" - Diário de 2002.
" Ele disse que sonhou que estava beijando uma garota, mas não podia me contar quem era. Meu Deus, quem será?" - Diário de 2002.
"O ciúme é um prova de amor, mas pode ser até letal e eu tenho provas e vivenciei coisas como essa. E quem acha que é fofo, só é até certo ponto." - Post do antigo blog Templo da keiko.
" O que posso dizer é que tudo parecia ter sido escrito por alguém ou o planejado pelo destino, antes da primeira lágrima ter caído como a ultima, daqueles que ainda choram..." - primeira tentativa da história do graal.
"Seus sentimentos se assemelhavam aos do homem. Ele ficava confuso, triste, alegre, ciumento, irritado, compreendia a fala humana com perfeição e tentava se expressar da melhor forma que pudesse para que seu dono o entendesse. Ele até gostaria de acreditar que era humano ou já havia sido, mas tudo aquilo não era prova o suficiente. Só que de uns tempos para cá ele estava com mais certeza deste fato. Ele estava apaixonado." - Conto Presente de Anjo.
No final, esse post não tem sentido.

É o fundo do poço, é o fim do caminho.No rosto o desgosto, é um pouco sozinho. (Águas de Março - Tom Jobim)

2 comentários:

  1. \o\o\o\

    you rock girl!
    xD

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  2. Não teria significado metade do que foi(IY) se tivesse sido sozinha :)
    E além do mais, sonhar é preciso. Como diria Mario Quintana, é acordar-se para dentro.
    Quem não sonha envelhece e quem não teve uma infância bem vivida não aproveitou uma das melhores fases da vida.
    A felicidade da inocência de uma criança é algo insubstituível ;)

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