Eu, planalto
Quando você se foi naquela derradeira ferida, ainda deixei cair sobre seu corpo o desespero de mãos trêmulas. Arrastando-te, elas tocaram o que escorria, tingindo o nada de minha dureza. Eu olhava disformes pedras que me cercam enquanto gritava no vasto verde. E surdo fiquei no meu próprio vácuo vermelho.
As lágrimas turvam a vida que escorrega numa triste valsa de finas gotas tempestuosas e dentes rangem o terremoto num vale outrora alta terra. Caída você está. E sinto o pior chão.
O céu se desfaz do azul ao desenhar um amarelo sol de partida. Sua face era o vento que dançava no meu topo. Agora se esvai no sopro que me desgasta todo dia, eternamente, sobrando sedimentos. E minhas ruínas são levadas para um qualquer-lugar, sempre distante de mim. De você.
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